domingo, 30 de dezembro de 2012

Sinto uma paixão doída.

Já  sonhei em ser astronauta, bombeiro, jogador de futebol, astro da música e ontem eu sonhava em ser feliz. Sonhava em poder tocar as estrelas, em tocar nas estrelas. Em fazer gols de bicicleta e de cabeça, sonhava em salvar pessoas, tirar gatos presos em árvores e fazer tudo isso ainda sorrindo. Sonhei em ser tantas coisas que hoje é até difícil sonhar com alguma coisa, ou mesmo dormir.
Desenhava linhas que chegavam em algum lugar, pintava com cores que faziam sentido e tudo era perfeito. Sem pressa, sem prazo de entrega, sem limite e sem conversa.
Como foi que tudo ficou mais difícil? Ah sim, quando eu comecei a me importar, lembro muito bem desse dia.
Hoje eu sou feliz, tenho tudo que preciso pra ser feliz. Minha família, meus amigos, meu amor e meus gatos, mas...
Meus sonhos ficaram em algum lugar, sabia exatamente o que fazer com eles quando acordava, hoje eu mal consigo me lembrar. Tinha ideias e muitos planos, curtos e longos, pra hora do almoço ou pro fim de semana, tudo já esquematizado, mas agora não confirmo nem as horas que irei acordar. Não consigo enxergar longe, não consigo ver além, tudo parece duvidoso.
Me sinto aliviado, pois encontrei o que eu vinha buscando, mas ainda trago no bolso um sorriso, por horas ele parece não ter motivos pra sair, que droga, cansei de escrever isso, não estou conseguindo achar um fim pra esse texto e vai ficar assim. Droga!

sábado, 22 de dezembro de 2012

Uma corrente, um cadeado, tranque a porta e apague a luz, por favor.

Parece que eu ainda não aprendi. Ainda prefiro me silenciar, me aquietar, me esconder. Ainda prefiro o escuro do meu quarto ao invés da claridade de rebater ou dizer realmente o que eu sinto. Por mais que eu me exploda pro dentro, por mais que me ponho em tristeza, ainda o meu silêncio me conforta.
Quantas vezes já fui taxado de ante-social, chato, velho e ranzinza, tudo por me acolher em meu silêncio quando eu tinha que falar. Quantas vezes já sofri, quantas vezes já deixei pra lá, não há palavras para explicar, literalmente me recolhia pra dentro de mim. E assim eu fui, assim aprendi, porém ainda faço e ainda me deixo levar pelo silêncio.
Há algo que me fascina, que me encanta no silêncio, é sempre a melhor escolha, mas nem sempre a única opção. Mas não adianta. Feito mosca indo em direção a luz, sou eu, indo me refugiar no meu silêncio. Lá nada acontece, nada me tira do sério. Confesso que sempre encontro uma voz que diz constantemente pra mim sair de lá, que diz que não é assim que se faz, mas confesso também que já me acostumei com ela, talvez seja ela já minha amiga, insanidade ou não, mas converso com ela, creio que ela também precisa de alguém para ouvir.
Tudo que eu vejo, tudo que eu ouço e tudo que eu sinto, eu guardo, assim pelo menos tenho assunto pra falar com minha amiga, que sempre está comigo, sempre que me escondo no meu silêncio.

Esse é meu caminho.

Antes que eu pudesse encontrar o seu olhar eu já estava perdido nele. Me rende, me enfraquece, me enriquece, me submete, me destrói, me faz querer mais, bem mais, bem mais do que um dia eu sonhei ter. Me fortalece, me empolga, me toma, me surpreende, me encanta, me apaixona.
Não são coisas explicáveis, nos mantém longe da lógica. Nos afasta de tudo que já vivemos, já sentimos e de tudo que já sofremos. São toques inevitáveis, irreparáveis, inesquecíveis. Nos perdemos nessa conexão, da ponta dos pés até os fios de cabelo, nos deixamos levar pelo coração. Entre nós é ele quem manda.
Nossos olhos miram a mesma direção, encontram os mesmos caminhos, se cruzam sem se esbarrarem. Se comunicam sem se falarem, se veem ainda que fechados, ainda que dormindo. Me faz esquecer de tudo e qualquer coisa, me faz perder o rumo, me faz entrar em silêncio profundo, me perco e me prendo no jeito do seu olhar, basta, somente ele me basta. Não quero ser ninguém, não quero ser nada, quero apenas estar ao seu lado, e ouvir você me dizer que vai dar tudo certo. Você já sabe disso, foi você quem me motivou, é você quem me motiva. Ainda que perdido, tonto, no escuro e sem poder ver, meus instintos me levam a você.
É o seu cheiro, é o seu gosto, a sensação de estar tocando sua pele, sua mão, é isso que me leva, é isso que me move. Ainda posso sentir seu cheiro, o seu gosto na minha boca, basta eu fechar os olhos pra poder te sentir ao meu lado. Você, de verdade, balançou tudo o que eu tinha de sólido. Você fez uma bagunça em mim, e é nela que eu me encontro, é nela que me encontro em você.

domingo, 9 de dezembro de 2012

''Será que o tempo tem tempo pra amar, ou só me quer tão só''?

Já contei as horas de trás para frente, de olhos fechados e cantando ladainhas, parece ser uma briga longa essa minha contra o tempo. Me perco em meus textos, nas minhas músicas, escrevo mais alguns e ainda sim, parece que tudo não passou de dez minutos.
Olho para as nuvens, invento desenhos, imagino figuras, canto uma música e espero a chuva passar. Caio num sono, me encontro em meus sonhos. Será que ansiedade é a palavra certa?
Vou criando situações, momentos, imagens e histórias. Dou nomes a personagens, falas redigidas já prontas na memória, bem do jeito que eu penso e quero que seja. Está tudo pronto, não falta mais nada, além do tempo me ajudar. Espero paciente até as 23, depois é pura ansiedade. Corro no meio da multidão, grito até ficar sem voz, mas ninguém pode me ouvir. Me afogo nas águas que correm pelos meus pés, parece nada dar certo.
Faltam poucos dias, porém muitas horas. Me aquieto num fone de ouvido, mas é impossível não imaginar que ainda o tempo está de vagar.