Na hora de dizer que você é tão desligado, tão sem ação, ninguém quer te entender. Quando você parece viver em outro mundo, perdido em outra galáxia ninguém quer saber o motivo.
Mal sabem eles que, enquanto você se cala e se desliga desse mundo hipócrita, você está segurando um milhão de leões dentro de você. Mal sabem que antes de você dormir, as perguntas de como você conseguiu mais um dia segurar os muros que te protegem, te invade e te faz perder o sono. Não sabem, ninguém sabe. Deus sabe.
E dizem que você é fraco, não faz nada. Que você não se interessa, não corre atrás. Mas você sabe a força que faz pra não machucar ninguém, você sabe a força que tem pra suportar esse falatório. Eu sei, eu já vi gente explodindo. Já me machucaram, mesmo eu quieto, mesmo eu observando. Apanhei pra proteger. Enquanto eu sei a importância de não dar ouvidos, de saber baixar a cabeça na hora certa.
E eu sei que quando tudo piora, coisas boas estão por vir, nada é pra sempre, quem dirá dias ruins. Olha eu falando isso de novo! Mas isso só porque eu acredito.
Dona que já me fez chorar
Que me abraça e me faz sonhar
De ti, aconchego em dia de frio
Dona MPB.
Que de tantas coisas sem explicação
Me fizera pensar uma tal de Cássia
Me mergulhara em eternos refrões de Renato
E logo me levara aos de Cazuza.
E se antes eu sabia o que fazer com uma guitarra elétrica
Hoje eu só quero ouvir o violão de Caetano
Deixar de ser sozinho como um paulistano
E ser livre nesse amor que pra você eu guardei.
Quero sonhar com os sonhos iguais ao seu
Cantar Frejat, citar Ben Jor
Ouvir Monalisa e guardar a Ideologia.
Doce!
Doce como uma garota de bochechas rosadas.
Doce de açúcar ou doce de adoçante?
Que tal mais um café? Vou te acompanhar de fitas.
Dolorosa.
Que quando no meu peito grita,
Anna Júlia me despista.
Doce MPB.
Óh doce poesia!
